Três marcas tchecas para descobrir essências nacionais

Empreendedor, engenhoso, trabalhador, espírito de comerciante e canhoto para exportação... O passado comunista da República Tcheca, à distância, muitas vezes ofusca uma essência nacional: a sua indústria e o seu espírito proativo. São exemplos as marcas Škoda, Pilsner Urquell, e Moser.

Por: Colaborador invitado

Publicado: Setembro 05, 2019

Poucos sabem, por exemplo, que no período entreguerras a então Tchecoslováquia era uma das regiões mais ricas e industrializadas da Europa. Mesmo antes daquele período, em todo o mundo suas empresas supriam os bares com cervejas; as vitrinas, com cristais; os campos de batalhas, com jatos de combate... Focando em Pilsen e Karlovy Vary, a seguir estão três exemplos de uma lista que poderia ser amplamente estendida.

Škoda

Esta marca popular de carros, amplamente utilizados na Espanha em frotas de táxis, é herdeira do império industrial de Emil Škoda, fundado no final do século 19. O império de Škoda tornou-se poderoso e  diversificado, tanto que suas fábricas eram alvos prioritários para os bombardeios aliados, durante a Segunda Guerra Mundial.

No que diz respeito somente à locomoção, a origem do êxito industrial de Škoda tem um antecedente. Remonta a 1885, quando Václav Klement iniciou a produção de motocicletas sob o nome comercial de Slavia. Em 1905, a empresa lançou no mercado o primeiro carro tcheco e, no início da Primeira Guerra Mundial, já era o líder do setor no Império Habsburgo, então em vias de extinção. No período entreguerras, Klement vendeu a sua fábrica ao grupo industrial de Emil Škoda.

Nascida como siderurgia em 1886, já em 1889 a Škoda fabricava armas; em 1904, turbinas a vapor; nos anos 20, aviões e locomotivas... Até que, na atualidade, produz também ônibus elétricos e até peças para a indústria aeroespacial. Ao ser alvo militar, instalações originais foram danificadas, porém, alguns destaques relacionados à marca podem ser conhecidos.

Um dos lugares que guardam tais referências está na região industrial de Pilsen. Em uma planta industrial nova, a qual ocupa terrenos históricos da Škoda, por ocasião da Capital da Cultura 2015 foi inaugurado um Museu de Ciência interativo, ideal para crianças e adultos, aonde há informação sobre a história do conglomerado (Techmania).

Pilsner Urquell

A marca comercial tcheca mais famosa, dentro e fora das fronteiras, é tão conhecida quanto a bandeira do país – ou até mais, e está no mesmo patamar de fama da Ponte Carlos, em Praga.  Se você não sabe do que se trata, o melhor a fazer é entrar em uma boa cervejaria e pedir uma Pilsner, o quanto antes. Além da sua principal e emblemática marca, a Pilsner, gigante da indústria cervejeira, produz dezenas de outras marcas, com menor fama, porém,  também interessantes ao paladar.

Há quem diga que, por conta do gigantismo, a Pilsner perdeu as suas essências. Estes deveriam visitar a fábrica em Pilsen, para descobrir que, desde o nascimento, em meados do século 19, a produção ali já era gigantesca, a exigir instalações de tamanho descomunal para a época – quando já exportava o seu ouro líquido para todo o continente europeu. Nos dias atuais, são ainda maiores. Tão grandes que, ao visitar o complexo, é apenas possível conhecer pequenina fração do todo. Reserve um tempo da visita para conhecer a planta de produção, capaz de engarrafar 70 mil unidades em uma hora, durante as 24 horas do dia.

Moser

Talvez haja marcas tchecas mais famosas do que a Moser, porém, esta é  relevante em especial, enquanto um dos maiores expoentes da prestigiosa fabricação de cristal da Boêmia (nome como é conhecida a região histórica do Oeste da República Tcheca). Parte do prestígio da indústria local é devido a esta fábrica, fundada há mais de 150 anos, e que logo se destacou por suas técnicas de corte e de decoração.

O reconhecimento internacional da marca foi alcançado pelo primeiro herdeiro, Leo Moser, quando, em princípios do século 20, ele conseguiu incluir as casas reais no portfólio de clientes habituais, dentre eles, desde então e até hoje, os Bourbon espanhóis. Estatizada pelos comunistas, a Moser foi novamente privatizada nos anos 90, e agora está presente nos mercados nacional (especialmente em Praga) e  internacional, com lojas exclusivas da marca.

Os curiosos podem visitar a fábrica da Moser em pleno funcionamento, passando pelos recintos aonde o cristal é soprado e moldado, e depois subir para o setor de cortes.  Este passeio é parte de uma visita à nobre cidade-balneário de Karlovy Vary.

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