Duas rotas muito recomendáveis (e próximas) a České Budějovice

Toda incursão ao sul da Boêmia que ‘vale o seu sal’ inclui Český Krumlov, mas não posso deixar de propor duas excursões imperdíveis, que satisfarão o desejo dos viajantes de se aprofundar em uma das regiões mais atraentes do país.

Por: José Miguel Redondo

Publicado: Novembro 11, 2019

Por um lado, um castelo de conto de fadas e, por outro, uma cidade maravilhosa que faz parte do Patrimônio Mundial da UNESCO.

Castelo de Hluboká, o Windsor boêmio

Nos idos do século 18, os poderosos Schwarzenberg foram à Inglaterra para um casamento real. Voltaram para casa desejosos de ter seu próprio palácio inglês. Então, idealizaram transformar uma fortaleza medieval, antes usada pelo rei Carlos IV, em um delicado castelo românico. Concretizaram o desejo, e Hluboká nad Vltavou se tornou um dos castelos mais bonitos de toda a República Tcheca. Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, eles tiverem que abandonar o palácio. Hoje, pertence ao Estado, que administra as visitas.

Ocultos por muros neogóticos com nada menos do que onze torres, estão escondidos mais de 140 ambientes, entre quartos, salas e uma enorme cozinha, que permanecem intactos. Não falta sequer uma foto, nem um único objeto dos que lá estavam durante as últimas décadas dos Schwarzenberg em solo tcheco. O que mais impressiona é a coleção de troféus de caça, que estão até mesmo nos banheiros. Sem dúvida, a família gostava muito de aventurar nos interiores das grandes florestas boêmias.

Chama a atenção encontrar Windsor na Boêmia, e a somente  9 km da capital da região, České Budějovice (por sua vez, a cerca de 25 km de Český Krumlov). A visita ao castelo é uma das mais especiais e recomendáveis que se pode fazer a partir daquela cidade. Tanto por dentro como por fora, a visita não nos deixará indiferentes. E no inverno, com a neve cobrindo os telhados e os jardins do castelo,  Hluboká só poderá entrar no caderno do viajante com letras douradas.

Holašovice, um novo conceito de barroco

Uma pequena vila boêmia, com pouco mais de cem habitantes, é protegida pela UNESCO desde 1998, quando passou à lista do Patrimônio Mundial. Como é possível que, no interior da República Tcheca, um lugar tão minúsculo tenha tal denominação? A resposta é oferecida pelo próprio Holašovice,  cujas casas são o paradigma de um peculiar estilo arquitetônico - o barroco rural. Seus prédios rústicos, as fazendas, estábulos e celeiros são construídos com elementos próprios de palacetes e igrejas do século 18. Entre palheiros, estábulos e casas urbanas, há 120 edifícios, dentre os quais 23 fazendas são consideradas monumentos.

A visita é concentrada na rua principal, com 210 metros de comprimento e 70 metros de largura. Nela, está agrupada a maioria dos edifícios em estilo barroco rústico, ou rural. Algumas das casas podem ser visitadas, e no verão nelas funcionam bares, terraços e mercados. As fachadas brancas ou amarelas, incluindo aquela da capela de São João de Nepomuceno (o santo padroeiro tcheco, cujo corpo foi jogado na água desde a Ponte de Carlos, em Praga), formam um autêntico museu ao ar livre ainda habitado, eliminando qualquer sensação de artificialidade. A floresta Blanský, uma área natural extremamente arborizada da Boêmia, circunda este local e, geralmente, é bastante percorrida, a partir de České Budějovice ou de Český Krumlov.

Nos arredores, foi recriado um Stonehenge boêmio muito especial, que leva a cultura celta a esta parte da Europa Central. O solstício de verão é um acontecimento que atrai muitas pessoas para a vila.

Aqueles que até agora pensavam que a Boêmia do Sul é apenas Český Krumlov, não têm desculpas para ficar mais tempo na região e descobrir as maravilhas de České Budějovice, Hluboká ou o peculiar Holašovice. Pessoalmente, encontrei alguns lugares idílicos que não devem ser esquecidos. Palavra de viajante...

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